sábado, 20 de março de 2010

S.

; sim. Começamos. No ato? Não, na entrelinha. Pois que tudo que te falo não é nada mais que acaso, acaso dos mais verdadeiros. Eu te amo com quem encontra amoras silvestres nos quintal. Não me surpreendo a cada dia quando mais acordado ou mais adormecido, é o teu pensamento que me assalta e rouba o sono, e restitui o sonho. És tu, a chama quente e morna que me acalanta, me suspira o éter; é um pedaço de tudo quanto és que me aviva. Ah! não, não me despertes. Quero tomar desse instante egoísta e puramente meu-nosso para estar, unicamente estar, unicamente ao teu lado. Não me despertes.

sábado, 13 de março de 2010

o disco da íris

Talvez meus olhos não brilhem como antes, certamente não brilham mais, você me reclama. Sinto que perdi a habilidade das cores. Sinto que perdi muitos vôos pensando estar alto. Mas eu me encontro.

Poema de Tarde Inteira

Talvez eu não saiba narrar sonhos
certamente não sei os meus
até porque os sonhos não são da classe de coisas que eu goste de narrar aos ventos
nem fazê-los de ecos dos meus pensamentos
os sonhos são meus, palavras que gostaria que estivessem reclusos
todavia, acredito que compartilhando, eu teja aliviando e não os tenha dito
portanto, cerra teus olhos; os meus estão fechados.
Silencia qualquer palavra
junta tua mão à minha, assim como fazemos à vida
e deixa que fiquemos juntos, sozinhos, em suspense do  mundo
então entenderá o abismo profundo que cerca e preenche
um abismo absoluto de cores várias. Vê e não te sumas.
Necessito-te.

quarta-feira, 10 de março de 2010

Necessidade

Bibliotecas não me bastam; quero uma bibliodisséia.

coração

É a noite, por fim, podes tocá-la.
Também a mão, a pequena e febril
música da mão, aí está a iluminá-la.
Agora vê-se melhor o caminho.

Eugénio de Andrade, AQUI
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