Entre as casas e os hospitais
mais me salva as praças
com sua graça de criança e seu riso de fórmica
Entre as casas e os hospitais
me remedia a sorte de ter onde correr
e a obrigação infante de brincar
e assim plantar qualquer verde
Entre as praças e as casas
me namora um sortilégio
de riso de criança
a correr - sempre nas praças.
terça-feira, 12 de julho de 2011
segunda-feira, 11 de julho de 2011
Made in Japan
As minhas bonecas de pano
made in Japan
foram caladas
pela onda do oceano
pelos tremores sem dono
as minhas bonecas de pano
estão encharcadas de oceano
que se lhes entra pelo pano
as minhas bonecas de pano não cantam
as minhas bonecas não dançam. Só choram.
made in Japan
foram caladas
pela onda do oceano
pelos tremores sem dono
as minhas bonecas de pano
estão encharcadas de oceano
que se lhes entra pelo pano
as minhas bonecas de pano não cantam
as minhas bonecas não dançam. Só choram.
domingo, 10 de julho de 2011
Não havia só uma pedra
Havia uma árvore no meio do caminho
No meio do caminho havia uma árvore
Havia uma árvore.
Havia um atalho.
No meio do caminho havia um atalho.
No meio do atalho construíram uma esquina.
No meio do caminho construíram uma esquina.
No meio do caminho havia uma árvore
Havia uma árvore no meio do caminho
e nem Drummond viu
Mas havia
Havia uma árvore.
No meio do caminho havia uma árvore
Havia uma árvore.
Havia um atalho.
No meio do caminho havia um atalho.
No meio do atalho construíram uma esquina.
No meio do caminho construíram uma esquina.
No meio do caminho havia uma árvore
Havia uma árvore no meio do caminho
e nem Drummond viu
Mas havia
Havia uma árvore.
sábado, 9 de julho de 2011
Fragmentários
De mim levaram todos os alfabetos
no mais sou como mais um filme mudo
onde das tarjas só se permite ver os olhos.
E esses dizem só aos que podem senti-los.
De mim levaram todos os alfabetos.
no mais sou como um filme em câmera lenta
E tarja alguma pode me cobrir a lente ou verso.
De mim só restam olhares sinestésicos.
no mais sou como mais um filme mudo
onde das tarjas só se permite ver os olhos.
E esses dizem só aos que podem senti-los.
De mim levaram todos os alfabetos.
no mais sou como um filme em câmera lenta
E tarja alguma pode me cobrir a lente ou verso.
De mim só restam olhares sinestésicos.