Todo
Homem
Inconto
ainda
Gira
Orbital
Desiste
Espera.
Ou
Limita-se
Indo
Vendo
Este
Irônico
Riso
Amargo
terça-feira, 31 de março de 2009
Abecedário
Já que além da XUXA até o próprio Giles Deleuze se deu ao direito de criar um abecedário próprio, estou eu aqui, embuído de sentimento semelhante a criar o meu também.
A de Astúcia
B de Beleza
C de Coragem
D de Dúvida
E de Elegânia
F de Frida Kahlo
G de Gratidão
H de Homero
I de Infância
J de Justo
L de Liberdade
M de Mar
N de Nada
O de ósculo
P de Poe
Q de Quereres
R de resistência
S de Sobriedade
T de Terra
U de Útil
V de Verdade
X de Xilogravura
Z de Zeus
... mas como agora inventaram uma tal reforma ortográfica o antigo alfabeto brasileira, atual alfabeto da língua portuguesa adotou como legítima três novas imigrantes, aqui seguem:
Whem
You
kill ?
pedaços
Crítica,
Filosofia,
Outros Autores,
Thiago Oliveira
Ritmo
a lua
a rua
as tuas costas nuas
o astro
o carro
o vago pensamento estático
grito fosco
a pira
a rima
a herma desfalecida
o eco
o oco
novo
o vento em teus cabelos
o certo
o perto
indisperto
mudo eco novo
o ego
o cego
o érebo
a luz do sol em teu corpo como a dança do mar nas ondas do porto
a rua
as tuas costas nuas
o astro
o carro
o vago pensamento estático
grito fosco
a pira
a rima
a herma desfalecida
o eco
o oco
novo
o vento em teus cabelos
o certo
o perto
indisperto
mudo eco novo
o ego
o cego
o érebo
a luz do sol em teu corpo como a dança do mar nas ondas do porto
4 Razões pelas quais não acredito na moral Judaico -Cristã
1 - Não, o "reino dos céus" não é dos fracos, miseráveis, desvalidos e moralmente alejados; é doh osmens fortes e virtuosos que apesar dos desatinos e angústias da vima lutam, pulam e creem.
2 - Pureza não significa unicamente virgindade.
3 - A piedade, a pobreza e a injusta concordância não mudam o mundo. Coragem e sensibilidade, isso sim é capaz de promover mudanças substanciais.
4- Não posso conceber um ideal ético-religioso que não vá de encontro à minha humanidade.
pedaços
Crítica,
Thiago Oliveira
quinta-feira, 26 de março de 2009
Eros e Psiquê
Maria Bethania - Eros e Psique - Fernando Pessoa
"Conta a lenda que dormia
Uma Princesa encantada
A quem só despertaria
Um Infante, que viria
De além do muro da estrada.
Ele tinha que, tentado,
Vencer o mal e o bem,
Antes que, já libertado,
Deixasse o caminho errado
Por o que à Princesa vem.
A Princesa Adormecida,
Se espera, dormindo espera,
Sonha em morte a sua vida,
E orna-lhe a fronte esquecida,
Verde, uma grinalda de hera.
Longe o Infante, esforçado,
Sem saber que intuito tem,
Rompe o caminho fadado,
Ele dela é ignorado,
Ela para ele é ninguém.
Mas cada um cumpre o Destino
Ela dormindo encantada,
Ele buscando-a sem tino
Pelo processo divino
Que faz existir a estrada.
E, se bem que seja obscuro
Tudo pela estrada fora,
E falso, ele vem seguro,
E vencendo estrada e muro,
Chega onde em sono ela mora,
E, inda tonto do que houvera,
À cabeça, em maresia,
Ergue a mão, e encontra hera,
E vê que ele mesmo era
A Princesa que dormia."
Fernando Pessoa
"Conta a lenda que dormia
Uma Princesa encantada
A quem só despertaria
Um Infante, que viria
De além do muro da estrada.
Ele tinha que, tentado,
Vencer o mal e o bem,
Antes que, já libertado,
Deixasse o caminho errado
Por o que à Princesa vem.
A Princesa Adormecida,
Se espera, dormindo espera,
Sonha em morte a sua vida,
E orna-lhe a fronte esquecida,
Verde, uma grinalda de hera.
Longe o Infante, esforçado,
Sem saber que intuito tem,
Rompe o caminho fadado,
Ele dela é ignorado,
Ela para ele é ninguém.
Mas cada um cumpre o Destino
Ela dormindo encantada,
Ele buscando-a sem tino
Pelo processo divino
Que faz existir a estrada.
E, se bem que seja obscuro
Tudo pela estrada fora,
E falso, ele vem seguro,
E vencendo estrada e muro,
Chega onde em sono ela mora,
E, inda tonto do que houvera,
À cabeça, em maresia,
Ergue a mão, e encontra hera,
E vê que ele mesmo era
A Princesa que dormia."
Fernando Pessoa
quarta-feira, 25 de março de 2009
Retalhos de uma imaginária caixa digital
As pessoas sem imaginação podem ter vivido as maiores emoções e as melhores aventuras, mas nada lhes ficou. Uma vida nã basta apenas ser vivida. Ela precisa ser sonhada.
Me atolei num útero de lama (Cobra Norato)
Mais vale o cavalo que é cego por não controlar-se ou não ter opção, ao homem que mesmo sendo "senhor de si", se permite vedar os olhos frente às diversas possibilidades do ser e do acaso.
A única coisa mais forte que a persistência do ócio em se fazer repetitivo a cada instante é a aparente incapacidade de grande parte das pessoas em mudar o dia...
O que já foi feito não é suficente
As vezes as sombras do passado podem revirar a ordem do presente
Me atolei num útero de lama (Cobra Norato)
Mais vale o cavalo que é cego por não controlar-se ou não ter opção, ao homem que mesmo sendo "senhor de si", se permite vedar os olhos frente às diversas possibilidades do ser e do acaso.
A única coisa mais forte que a persistência do ócio em se fazer repetitivo a cada instante é a aparente incapacidade de grande parte das pessoas em mudar o dia...
O que já foi feito não é suficente
As vezes as sombras do passado podem revirar a ordem do presente
segunda-feira, 16 de março de 2009
É preciso andar ao menos com uma das mãos livres , assim os deuses podem monstrar-se junto à nós, pois Eles sempre estão. Pena que nem sempre os reconheçamos.
pedaços
Diário de Bordo,
Frases,
Helenismo
terça-feira, 10 de março de 2009
Decom-posição
As árvores recolheram-se para dentro de si com tamanha força e veemência que já não se lhes podia ouvir as vozes ou suspiros. Movimentavam-se rápida e silenciosamente, mas não podíamos mais ver-lhas ao nosso lado. Erguiam-se, soberbas e majestosas, como sempre, mas não as entedíamos mais. Perdemos o dom da fala. E no posto em que estavam, frágeis e fortes, apenas nos pareciam troncos enormes e suspensos. Não é madeira, não é entidade. É lenha.
pedaços
contos,
Thiago Oliveira
Capítulo II
Ele debruçava-se sobre a mesa a fim de assimilar, por mais que falsamente, a intenção do texto expresso no volume. Tão falsa quanto o interesse eram seis resultados. Mas tentava. Tentava e não sabia por quê. Cansava-se facilmente. Olhava a janela no afã de recobrar a força.
Janela à fora via tudo aquilo a que resistia: crianças, plantas, barulho. Mantinha a janela sempre fechada. Como sempre, hermeticamente fechada, quase vedada. Por ali não passaria qualquer ruído que fosse. Até o momento funcionava de maneira eficaz.
Odiava porque amava. Havia em tudo aquilo um momento, breves instantes de saudade. O mover das folhas: calmo e sutil; as crianças: agitadas e frementes. Contrastes complementares. O saudosismo lhe penetrava a mente.
Era domingo. Sol e luz. As crianças tomavam banhos de mangueira nos gramado frente a suas casas e lhe transformava o chão em poças de lama marrom-tristeza. A fim de preencher um tom de cor que já não havia em sua palheta ou em sua vida. Preenchia a casa com flores: as mais belas. Tentativa ? Certamente.
pedaços
contos,
Natureza Decomposta,
Thiago Oliveira