sábado, 26 de setembro de 2009

Os 10 Melhores Títulos de Livro na Literatura Brasileira, por Mim

1- Amar: Verbo Instransitivo ( Mário de Andrate)
2- Uma Aprendizagem, ou O Livro dos Prazeres ( Clarice Lispector)
3 - Guia Mapa de Gabriel Arcanjo ( Nélida Piñon)
4- Há Uma Gota de Sangue Em Cada Poema (Mário de Andrade)
5- Lições de Abismo ( Gustavo Corção)
6 - Libertinagem (Manuel Bandeira)
7 - Cantares do Sem Nome e de Partidas (Hilda Hilst)
8 -Retrato Natural (Cecília Meireles)
9- Corpo ( Carlos Drumond de Andrade)
10- Inéditos e Dispersos (Ana Cristina César)

terça-feira, 22 de setembro de 2009

Página 79




Não, não foi "O Menino do Dedo Verde", foi uma bela mangueira no jardim da escola e um gesto inesperadao da minha professora de português no quinto ano do ensino fundamental que me iniciou no meu caminho enquanto politeísta. No Noumenia, depois da faxina enquanto limpava o altar no começo da noite encontrei uma foto da minha turma da escola, e lá estava ela, ao canto. Calada e reflexica como sempre, como eu até, talvez. Eu sempre fui calado como uma árvore. E numa dessas manhã de quinta-feira, quando todos chegávamos cedo porque a aula dela é a primeira ela sentou ao meu lado e me deu um livro chamado " Diário". O livro era escrito apenas até a página 78. O restante.. era meu caminho. Hoje reencontrei o livro. E essa é justamente a minha primeira página. Obrigado a todos que fizeram parte da minha vida de alguma forma, obrigado aqueles que fazem a minha vida agora, e sejam bem vindos todos aqueles que virão até mim e a quem eu chegarei. A página 79 começa com meu nome.
" Já não sou mais o José Arthur dos planos de minha mãe. Sou o Thiago do inesperado e o Heliodoros do Sol de agora, e aqui renasce minha história"


sexta-feira, 18 de setembro de 2009

sobre a liberadade de ser o que se quer ser




Por algum tempo estive muito preso a determinadas situações, e isso de alguma forma me fez perceber aspectos da vida e do ser que eu não me tinha oportunizado ver e sentir em momentos anteriores. Talvez por esses sucessivos processos ao longo da vida, eu fui sendo cobrado por coisas que apesar de serem possível com meu amadurecimento eram totalmente incondizentes para uma pessoa da minha idade. Não sei bem ao certo, mas acho que nunca fui uma pessoa tão normal mesmo. Sempre tive muitos silêncios e lacunas. Me calava quando achava que era adequado e calava também quando o momento exigia, mas o meu corpo não estava preparado. Com isso ganhei e perdi. Ganhei e perdi por confiar em quem não deveria, e perdi por confiar em quem deveria. E é por isso que me pego às vezes pensando sobre a qualidade e a responsabilidade daquilo que escolho.

Meu caminho sempre me foi muito nítido e esperado. Sempre tive oportunidade de flertar com as diversas matizes que ele me oferecia, sem contudo comprometer o meu trajeto. Assim tive amizades de uma vida inteira que duraram uma tarde ou uma semana. E amizades longas que hoje não são muito- significativas. Descobri que as pessoas das quais não nos lembramos muito bem são e podem ser muito singnitivas na construção daquilo que somos. Descobri que a maior parte daquelas que chamamos " Grandes Verdades da Humanidade" não têm o menor fundamento e que o fundamento e o significado estão nas coisas que fazemos porque acreditamos. Aprendi que apesar dos pesares sempre vale a pena acreditar na pessoa humana, mesmo que a alma seja pequena, como diz o Pessoa. Vi que os mortos podem estar mais vivos dentro de nós do que certos vivos que há muito estão mortos dentro de nós e do mundo.

Perder-se pode ser a maior garantia de encontrar alguma coisa. Perder a si próprio. Ser moderado, ver cada dia como um dia em si. Não cobrar da noite o que não lhe é própria. Sempre se aprende em todas as circunstâncias.  Vi que não é o tempo que determina o amadurecimento das pessoas, mas a  sua magia de alguma forma faz parte do nosso repertório pra entender como nosso amadurecimento nos adocina ou nos torna ácidos. E é assim que venho entendendo minha relação com o mundo. Um tanto poética e fática, às vezes, sensível em demasia em outros momentos, mas sempre como uma afirmação constante da vida.

quarta-feira, 16 de setembro de 2009

Tríades

- Coisas sem as quais não posso viver
* Livros
* Lápis
* pessoas inteligentes

- Três livros que mudaram minha visão do mundo
* Dublinenses, James Joyce
* Uma Aprendizagem  ou O Livro dos Prazeres, Clarice Lispector
*  Ílíada , Homero

- Três autores sensacionais
* Clarice Lispector
* James JOyce
* Gabriel García Marques

- Três Músicas que Marcaram Minha vida hoje
* Acabu chorare, Novos Baianos
* Quando o Amor vacila, Maria Bethânia
* O'Sailor, Fiona Apple

- Três Vozes Fundamentais na Música
* Maria Bethânia
* Caetano Veloso
* Marisa Monte

- Três fatos que marcaram minha vida
* Abuso sexual aos seis anos
* Morte do meu avô aos sete
* Morte do Dheniel em 2003

- Três obras que marcaram minha experiência estética
* o filme GUERNICA , do Allain Resnais
* a tela Retirantes, do Portinari
* O escultura Cabocla, do Bruno Oliveira

- Três palavras que me justificam
* força
*sensibilidade
* visão

sábado, 5 de setembro de 2009

Sonhando com os deuses


É, os sonhos são uma esfere bem intimista e paradoxalmente universalista da condição do ser humano, no sentido de ser, não examente de espécie. Nas últimas semanas meus sonhos tem sido cada vez mais pertubadores, ou incogniscíveis.
Na última semana sonhei quatro vezes com Deméter. Normalmente isso não seria de se assustar, pois seria um fato comum. Mas é a exceção que constrói o significado. Hoje talvez tenha sido o estopim de todo essa pandemonia divina, de toda esse sequencial epifania.
Sonhei que estava num lugar rodeado de mata, pessoas iam e vinham , mas sem exatamente terem uma geografia. Eram sempre as pessoas do caminho, nunca as pessoas do lugar. Depois eu começava a percorrer a imensidão da cidade, do lugar,  era-me familiar aquela geografia. O caminho que durante quase um ano eu percorri resignadamente todos os dias. Porém, subtraiu-se a urbanidade. Ele voltou a um tempo em que não era mais ele. Era uma construção, um todo em elevação. As póucas casas que ali haviam eram como albergues e barracos. Então, andando por aquela deconstrução encontro uma série de relíquias.. tudo isso me lembrou a descida da deusa Inana, um mito de certa forma semelhante ao de Perséphone.
No mito "O Descenso de Inanna", a deusa desce por sua própria vontade ao reino dos mortos, onde Ela é morta e renasce. Assim, Inanna emergiu como uma deusa lunar, dona dos mistérios da vida e do renascimento, representados pela lua. Aqui Ela completa seu ciclo, tornando-se não só a deusa da terra e do céu, mas também do mundo subterrâneo.
 O mito conta sucessivamente como ela teve de abrir mão daquilo que a ornamentava, sete relíquias, para chegar até o Mundo dos Mortos. E foi assim que aconteceu comigo, porém em vez de abrir mão, eu encontrava as relíquias destroçadas. A primeira coisa que vi foram duas estátuas de Afrodite, aparentemente em gesso, uma ainda possível de restaurar, mas outra completamente destroçada. Eu peguei uma dessas. Após isso encontrei uma herma próxima a uma casa, ela estava toda molhada.  Eu a recolhoa. Essa foi a primera parte do sonho. A segunda parte eu me embrenhava em todo o caos da descontrução. E foi ali que tive quatro visões: meu irmão com a perna machucada, meus livors queimados, minha casa descontruida, e meus pronomes acabados.
Foi após tudo isso que eu chegava ao Mundo dos Mortos. E acordava, renascido, apesar de ctônico.

sexta-feira, 4 de setembro de 2009

Carta de Sophie

Sophie,
Há algum tempo venho querendo lhe escrever e responder ao seu último e-mail. Ao mesmo tempo, me pareceria melhor conversar com você e dizer o que tenho a dizer de viva voz. Mas pelo menos será por escrito.
Como você pôde ver, não tenho estado bem ultimamente. É como se não me reconhecesse na minha própria existência . Uma espécie de angústia terrível, contra a qual não posso fazer grande coisa, senão seguir adiante para tentar superá-la, como sempre fiz. Quando nos conhecemos, você impôs uma condição: não ser a "quarta". Eu mantive o meu compromisso: há meses deixei de ver as "outras", não achando obviamente um meio de vê-las, sem fazer de você uma delas.
Achei que isso bastasse; achei que amar você e o seu amor seriam suficientes para que a angústia que me faz sempre querer buscar outros horizontes e me impede de ser tranquilo e, sem dúvida, de ser simplesmente feliz e "generoso", se aquietasse com o seu contato e na certeza de que o amor que você tem por mim foi o mais benéfico para mim, o mais benéfico que jamais tive, você sabe disso. Achei que a escrita seria um remédio, que meu "desassossego" se dissolveria nela para encontrar você.
Mas não. Estou pior ainda; não tenho condições sequer de lhe explicar o estado em que me encontro. Então, esta semana, comecei a procurar as "outras". E sei bem o que isso significa para mim e em que tipo de ciclo estou entrando. Jamais menti para você e não é agora que vou começar.
Houve uma outra regra que você impôs no início de nossa história: no dia em que deixássemos de ser amantes, seria inconcebível para você me ver novamente. Você sabe que essa imposição me parece desastrosa, injusta (já que você ainda vê B., R.,?) e compreensível (obviamente?); com isso, jamais poderia me tornar seu amigo.
Mas hoje, você pode avaliar a importância da minha decisão, uma vez que estou disposto a me curvar diante da sua vontade, pois deixar de ver você e de falar com você, de apreender o seu olhar sobre as coisas e os seres e a doçura com a qual você me trata são coisas das quais sentirei uma saudade infinita. Aconteça o que acontecer, saiba que nunca deixarei de amar você da maneira que sempre amei desde que nos conhecemos, e esse amor se estenderá em mim e, tenho certeza, jamais morrerá.
Mas hoje, seria a pior das farsas manter uma situação que você sabe tão bem quanto eu ter se tornado irremediável, mesmo com todo o amor que sentimos um pelo outro. E é justamente esse amor que me obriga a ser honesto com você mais uma vez, como última prova do que houve entre nós e que permanecerá único.
Gostaria que as coisas tivessem tomado um rumo diferente.
Cuide de você.
X

J, C.

Um eclipse passou por mim.
Me deixou enebriado, louco, fascinado  e encantado
Logo depois fugiu de mim.

terça-feira, 1 de setembro de 2009

Novos Companheiros de Jornada

Agosto foi um mês bem produtivo. Novos amigos que chegaram à Biblioteca:

Hino Homérico IV a Hermes - Ordep Trindade Serra
Os Ritos e Mistérios de Eleusis - Dudley Wright
Métis: As Astúcias da Inteligência - Marcel Dietinne e Jean-Pierre Vernant
A Amizade no Mundo Clássico - David Konstan
Letramento e Oralidade na Grécia Antiga
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