terça-feira, 9 de novembro de 2010

Canção da bailarina do Mundo II

A minha bailarina
esconde o mundo
nas cordas de seu bastão

ela docemente valsa
entre animais e casas
entre tragédias e clamores
sem qualquer sutento de asa
ela sutilmente baila  sobre a catedral de Gaudi
 símbolo de sua via
marcada, vivida
restituída
em cores
como um bolero

Louvação para a morte - ou do seu doce veneno

 Dos dias que acordo quase morto
e sinto tua foice gélida
a benzer  meu sono
a roer minhas pernas
a delizar em meu rosto
e desfazer-se em éter
me deixando em mármore
quase gelo quase pedra
reconheço teu argumento
para um renascimento
ou uma morte fatal
se necessário for

mas me responde

tu, que não sei se macho
não sei  fêmea 
não sei se animal 
ou homem raça
espécie
me responde
o porquê deste encontro
o porquê deste lamento.

segunda-feira, 8 de novembro de 2010

Canção da bailarina do Mundo

A tua espada
é meu domínio sobre o mundo
e teu valsar
é meu domínio sobre as coisas
e rodopiando
perdido e cansado
me reconstruo e refaço
ao som do teu bailado

A Temperança

O meu anjo
tempera e sustenta
o céu que desaba
das mãos aos os pés
despeja água lubrificada
véu translúcido
revelando o mapa da jornada

quarta-feira, 3 de novembro de 2010

II

Acordo. Abdico todo o nexo com a realidade na justa promessa da continuidade de sonhos. E pesadelo que sou envolto no ritmo intenso de perde-me e achar-me construindo labirintos divinamente detalhados pelo acaso nesse chão que piso ao devir intraçavel há todo o meu achado. Canto se há música danço se há som, mirando o céu pesado e chumbo,  promissório de eventos planto aqui e lá meus pequenos medos pensamentos achados neste pisado tão negro, tão neste solo tão fraco; mas como dizer teu nome sob este sol tão madrepérola ladeado ruas a que se chama saudade, a que se chama saudade.
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