Já que além da XUXA até o próprio Giles Deleuze se deu ao direito de criar um abecedário próprio, estou eu aqui, embuído de sentimento semelhante a criar o meu também.
A de Astúcia
B de Beleza
C de Coragem
D de Dúvida
E de Elegânia
F de Frida Kahlo
G de Gratidão
H de Homero
I de Infância
J de Justo
L de Liberdade
M de Mar
N de Nada
O de ósculo
P de Poe
Q de Quereres
R de resistência
S de Sobriedade
T de Terra
U de Útil
V de Verdade
X de Xilogravura
Z de Zeus
... mas como agora inventaram uma tal reforma ortográfica o antigo alfabeto brasileira, atual alfabeto da língua portuguesa adotou como legítima três novas imigrantes, aqui seguem:
1 - Não, o "reino dos céus" não é dos fracos, miseráveis, desvalidos e moralmente alejados; é doh osmens fortes e virtuosos que apesar dos desatinos e angústias da vima lutam, pulam e creem.
2- Pureza não significa unicamente virgindade.
3 - A piedade, a pobreza e a injusta concordância não mudam o mundo. Coragem e sensibilidade, isso sim é capaz de promover mudanças substanciais.
4- Não posso conceber um ideal ético-religioso que não vá de encontro à minha humanidade.
As pessoas sem imaginação podem ter vivido as maiores emoções e as melhores aventuras, mas nada lhes ficou. Uma vida nã basta apenas ser vivida. Ela precisa ser sonhada.
Me atolei num útero de lama (Cobra Norato)
Mais vale o cavalo que é cego por não controlar-se ou não ter opção, ao homem que mesmo sendo "senhor de si", se permite vedar os olhos frente às diversas possibilidades do ser e do acaso.
A única coisa mais forte que a persistência do ócio em se fazer repetitivo a cada instante é a aparente incapacidade de grande parte das pessoas em mudar o dia...
O que já foi feito não é suficente
As vezes as sombras do passado podem revirar a ordem do presente
segunda-feira, 16 de março de 2009
É preciso andar ao menos com uma das mãos livres , assim os deuses podem monstrar-se junto à nós, pois Eles sempre estão. Pena que nem sempre os reconheçamos.
As árvores recolheram-se para dentro de si com tamanha força e veemência que já não se lhes podia ouvir as vozes ou suspiros. Movimentavam-se rápida e silenciosamente, mas não podíamos mais ver-lhas ao nosso lado. Erguiam-se, soberbas e majestosas, como sempre, mas não as entedíamos mais. Perdemos o dom da fala. E no posto em que estavam, frágeis e fortes, apenas nos pareciam troncos enormes e suspensos. Não é madeira, não é entidade. É lenha.
Ele debruçava-se sobre a mesa a fim de assimilar, por mais que falsamente, a intenção do texto expresso no volume. Tão falsa quanto o interesse eram seis resultados. Mas tentava. Tentava e não sabia por quê. Cansava-se facilmente. Olhava a janela no afã de recobrar a força. Janela à fora via tudo aquilo a que resistia: crianças, plantas, barulho. Mantinha a janela sempre fechada. Como sempre, hermeticamente fechada, quase vedada. Por ali não passaria qualquer ruído que fosse. Até o momento funcionava de maneira eficaz. Odiava porque amava. Havia em tudo aquilo um momento, breves instantes de saudade. O mover das folhas: calmo e sutil; as crianças: agitadas e frementes. Contrastes complementares. O saudosismo lhe penetrava a mente. Era domingo. Sol e luz. As crianças tomavam banhos de mangueira nos gramado frente a suas casas e lhe transformava o chão em poças de lama marrom-tristeza. A fim de preencher um tom de cor que já não havia em sua palheta ou em sua vida. Preenchia a casa com flores: as mais belas. Tentativa ? Certamente.