sexta-feira, 4 de setembro de 2015

coroa revelada

a balança sustenta
em síntese reunida
lágrima torpor e canto
doçura cor e remanso

amálgama declinada
tem em si mesma fundida
graça sob a urze cultivada.

refletida paira coroa 
e o gesto soberano
silencioso e desmedido
já nada falta fala ou habita

no corpo o frêmito dormente
aproxima braço e soberania
afastando amor e cortesia

desatado abraço
olho e não te faço
corpo lado a lado

que seja assim
distante e calado
ecoando sangrar amargo
do meu dizer revelado


(24.08.2015 - 04.09.2015)

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