sábado, 24 de abril de 2010

esvoaçar

e naquela tentativa de fundir-se a tudo aquilo que era vida e que o vento por isso levara, ou numa busca por perder-se no mesmo sopro de vento, ele levantava sua mão, fazendo-a transpassar o limite do vidro já caído. O veículo movia-se como que levando-o a qualquer lugar nenhum; ele estava: transitório. 

Suas mãos num esforço inútil de alcançar qualquer coisa que ele julgava palpavél, mesmo não o sendo lhe soava poético, mas aos demais parecia patécico como cheiro de gás, mas ele não via pois estava alerta para qualquer coisa que não deveria ser programada.

Sem música ou barulho, todos olhavam ele calado a estender a mão através da janela em movimeto num ensaio suicida. A quem desejava matar ? Mulher, compromissos, sonhos, ansiedades demasiado perigosas ? Só o silêncio de seus olhos esteticamente figurados no balançar das mãos poderia dizer, e era uma linguagem difícil de ser ler. Começava pelo começo, seguia em frente até o fim. e no fim, perdia-se como caído em qualquer buraco de vida. Por instantes perdeu a noção dos verbos até achar-se infantil refletido no retrovisor do veículo. Viu a mão a transpassar o limite, tudo que era segurança. Temeu e recolheu-a. Fechou os olhos e vestiu seus sonhos rigorosamente comprados e todos voltaram a seus papéis até chegaram à casa silenciosa e pálida como nada.

0 folhas:

Postar um comentário

Related Posts with Thumbnails