sexta-feira, 1 de abril de 2011

2011 - o ano da roda!

Seguindo a proposta do blog Divinnare do qual tenho participado como contribuidor há algum tempo, foi nos pedido pra fazermos uma jogado com algum oráculos e fazermos nossas interpretações para este ano novo astrológico regido por Mercúrio.


Para fazer a jogada usei o Tarot Mitológico, deck com o qual trabalho e sem dúvida aquele a quem dedico maior simpatia. Particularmente não é esse tipo de jogada minha especialidade; não sou muito adivinhador. Como bom devoto de Hermes me faço na estrada, avesso à grandes adivinhações, e pra ser sincero, me incomoda um pouco essa faceta divinadora do tarot, mas em todo caso, ela é excitante, não há o que questionar.  Costumo usar os trunfos com uma função mais interpretativa terapêutica, e é essa linha terapêutica que mais me atrai no tarot, mas como tratar o que não se tem conhecimento, não é mesmo?  A divinação acontece sem se quer nos darmos contar!

Pois bem, havia preparado uma super jogada com sete cartas interrelacionadas para analisar os aspectos econômicos, sociais, políticos e amorosos! Pá! Lindo e maravilhoso, mas não deu certo e as coisas de Hermes funcionam como ele quer, e quase sempre são assim... despojadas, improvisadas e rápidas. Não tem enrolação. Hermes é claro e certeiro! E foi assim que aconteceu minha joga. Do nada resolvi (ou me foi resolvido?) como seria e me veio a pergunta e o baralho nas mãos, agéis como o próprio filho de Zeus: Quem é você, 2011?

Minha Leitura

Minha jogada foi uma carta conselho. Na primeira e única tirada a resposta que me foi dada foi bem nítida. Eu sou 2011, eu sou a Roda da Fortuna.  Nunca a ideia de ano como ciclo foi tão forte como em 2011. A figura da Roda, na Torot Mitológico, apresenta as deusas que dão nome ao destino, as Moiras, donde vem moîra, destino em grego. Cloto, Laquesis e Atropos, a que fia, a que tece e a que corta. Nascimento, vida e morte, ou nascimento, morte e renascimento. 
A Roda da Fortuna como identidade de 2011 mostra que ninguém passará impune sem enfrentar seus fantasmas do passado, e é esse o primeiro momento de 2011. Um aparente clima de ascensão, crescimento e crescimento rápido, mas só para aqueles que cresceram o suficiente pra saber lidar com os problemas do passado que vez por outra ressurgem, porque Hermes, além deus das riquezas, também é o deus que leva as almas já mortas, e a dos sonhadores também, Ele é o Psicopompê. Em seu ofício, ele é múltipo: olímpico e ctônico; dá e  leva, para o descanso do sono ou para o Hades. 

Assim como nos baralhos tradicionais, a essência da carta da Roda da Fortuna, que são os ciclos de altos e baixos também acontece no tarot mitológico, sendo a ideia aqui presente a  de que, vida e morte, crescimento e queda estão completamente interligadas como todas as forças da vida porque o mundo não é uma ordem pacífica, mas sim um estado de tensão entre ordem e desordem, um agon.

O segundo momento de 2011: ano da Roda é o apogeu. A tranquilidade reina, e isso me fez lembrar um comercial recente de pneu que questiona a invenção da roda e se é possível fazer de novo. E para aqueles que viveram a primeira fase de 2011 que aprenderam a enfrentar seu passado e seus fantasmas, essa é a segunda  parte da tarefa de casa: a casa de Hermes é a rua, e a rua exige uma aprendizagem a cada dia para que o seguinte seja garantido. Hermes é o deus das fronteiras, ele não é daqui, tampouco de lá, ele está sempre no entrelugar. E a questão da reinvenção é fundamental para entender-se o estágio presente, que é a tranqüilidade da segunda fase do ano da Roda. Aos que conseguirem, meus parabéns, porque reinventar a melhor invenção do mundo, como já diz o referido comercial, é um desafio constante. Mas para estes, trono garantido e Hermes retribui bem aos que sabem viver. 

E então, eis que todo reinado chega ao fim e é preciso aprender a morrer. Última lição de Hermes. Ele que no começo da jogada aparece para dar suas primeiras lições, na carta do Mago, é também o que leva para o pré-fim, na carta do Julgamento. A carta da Roda da Fortuna mostra que o fim é inerente a tudo num plano mais particular, mas que as histórias estão de tal forma embricadas e interrelacionadas que o fim não indica o término. O fim é um corte necessário, e ais a última, e talvez mais pesada lição. Se no começo deste ano aprendemos a matar os fantasmas que são nossa memória incômoda, agora vamos ter de reaprendê-lo sem que hajam fantasmas. A natureza segue seu ritmo e a melhor saída é entendê-la para poder hamornizar-se, compartilhar dos frutos. As moiras não precisam sair de sua caverna, onde estão seguras do tempo e da morte, mas nós precisamos nos atrever, porque é esse o caminho do herói.

Resultados
Não espere moleza, golpes de sorte aparecem, mas o resto é trabalho e 2011 será um ano repleto de atividades de casa. Aprenda a matar os fantasmas do seu passado, a reinventar-se e a matar o que deve precisa ser morto: os vícios, as preguiças e o que desconstrói. Aprenda a viver em ciclos e a entendê-los, porque tudo porque a natureza é muito caprichosa, e se você deixa um buraco aberto no meio da sua vida, ela pode vir e ocupar, seja com uma semente de sorte, ou uma erva daninha de morte. 

Feliz 2011 a todos!


1 folhas:

Luciana Onofre disse...

A Roda é uma surpresa que pega em desaviso apenas os incautos, tu não estás entre eles, és sapiente!
Então esta é um boa Roda para ti =)

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