I
Fustigado em silêncio
entrego corpo e vida
ao colo do leão reticente
Palavra resvalada
desabotoo verso a verso
cada sílaba rara
II
Toco e adentro fio a fio
o doce cheiro da madrugada
o sopro do vento curto e frio
Ao som cristal da chuva
deita à minha calma
a pele embriagada
III
Em suas mãos
vejo fluido cheiro graça
movimento desfeito em vão
Atento meu olhar sereno
sobre teu corpo assim tocado
e soberano plano sobre tua alma
IV
Em tua pele me demoro
e suave dedilho
tropeço e roço
A converter ritmo em som
teu corpo no meu mesmo
como um só
(29.07.2015)
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