quarta-feira, 27 de maio de 2009

Impressões do Festival

Impressões do Festival

Fugido das normas, lá vou eu em busca do contraditório. Um festival de poesias. A priori, nada demais, aliás tudo na normalidade: pessoas extravagantes e pessoas bonitas. Pessoas vestidas de preto, pessoas vestidas de branco e pessoas vestidas de preto e branco. Havia também aqueles que não tinham medo de chamar a atenção, mesmo a grande parte dos ouvintes não sendo um público especializado,e que consequentemente aquela imagem “repulsiva” que muitos tentavam transpor, a fim, ao menos é o que penso, de levar uma reflexão sobre determinada informação à mente de quem vê para uma reflexão esperada. Mas enfim... como disse anteriormente, nada demais, nada surpreendente. Até o começo das apresentações pelo menos.
Como sou alheio à sociologismos, permaneci calado, apenas pensando nas coisas que via e ouvia. Aumentaram quase tudo: a quantidade de premiações, as atividades desenvolvidas, os inscritos, os autores e principalmente a variedade. A noite para mim começou com a apresentação da companhia Arlequim, belíssimo espetáculo misturando música, teatro e números circenses. Uma linda moça de rosas no cabelo, voz de naiáde e corpo de nimphe, iluminou a luz da lua, justamente no momento em que ela, mesmo sem aparecer ao nossos olhos, se nos fez presente. Comida! Eis uma novidade atraente... a apresentação do livro da Fidélia Cassandra outra felicidade.
Mas então começam as apresentações que me levaram até lá. Sinceramente.... não fiquei feliz. Performances muito longas e pouco poéticas, e performances moderadamente ilustradas. Apenas uma de cara limpa. No último festival a marca foram os guarda-chuvas destroçados, prenunciando um momento de crise onde não havia teto, ou cobertura. Poemas depressivos em sua maioria. Esse ano os símbolos mudaram, mas ainda pôde-se ver simbologias e significados semelhantes. Trocou-se os guarda-chuvas, que não guardam sequer a cabeça do poeta, por crianças e alegorias da pobreza-escravidão. A melancolia e o autopsicografismo permanecem, afinal... vai saber, não é mesmo? O público gosta dessas coisas, de saber que pensa que está pensando.... tem gosto pra tudo no mundo. Salvou-se apenas o texto do Misael Batista, que mais uma vez justifica a que vem.
No tocante às performaces a noite teve um nome: Márcio Bacellar. Sem dúvida. Três apresentações, três personagens distintos e surpreendetes. Que dizer além disso? Parabéns. Com erros e acertos, ainda sim foi um ótimo festival.

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