quarta-feira, 10 de dezembro de 2008

Héstia: Abrindo as portas da casa


Poderia começar este artigo com o seguinte argumento: “Héstia é a deusa do fogo doméstico”. Jamais o faria. Essa não é a verdade. No mundo, existem coisas que só podem ser entendidas através do SENTIR, é o que os pensadores do conhecimento chamam de “pensamento empírico”. É desta maneira que conheci Héstia.

Héstia foi à primeira filha de Chronos e Réia, portanto irmã mais velha de Zeus. Rege o fogo sagrado. Como Ártemis e Athena, optou por manter-se virgem. O fogo de Héstia simboliza a chama que arde no coração dos homens; a vida , o amor à vida ; a vida pelo amor. É símbolo da pureza, da força e conhecimentos ancestrais; do respeito ao passado que forma cada um de nós. É ao redor dele e de seu calor que, à noite, a família se reúne e, por mais modesto que seja o alimento servido, todos têm nele a possibilidade de um novo dia possível. É símbolo da família. A chama que torna possível os laços de união. A única preocupação da deusa era manter os corações dos homens aquecidos. Alimenta-los com o leite do afeto e da humanidade. Héstia também simboliza a continuidade e preservação das tradições, do saber ancestral. É o símbolo do renascimento dos antigos cultos.

De todos os deuses e deusas Héstia era aquela a quem os homens mais amavam e respeitavam , disse Homero. É uma deusa humilde, simples e modesta. Somente para ela havia um altar em cada casa; a lareira. Ali ardia uma chama sempre acesa. Os homens pediam que ela abençoasse o alimento antes das refeições e lhe prestavam homenagens ao terminá-la. Para Ela havia sempre uma parte nos sacrifícios, mesmo que este se dirigisse a um outro deus; e era dela toda a gordura do sacrifício.

Como deusa da família Héstia amava a todas as crianças e as protegiam. Quando estas cresciam, casavam-se e mudavam de casa, levavam consigo uma parte da chama paternal para abençoar e iluminar a nova residência. Dessa forma a chama podia manter-se acesa durante anos, décadas, séculos e até mesmo (por que não?) milênios. No centro de cada cidade havia um prédio público chamado de Pritaneu. No centro do pritaneu, um enorme átrio tinha no seu centro um altar dedicado à deusa, e sobre este altar uma chama em honra à deusa pedia para que ela protegesse a todos que moravam lá. Havia homens dispostos a morrer para não deixar que a chama se extinguisse. Sempre que novas expedições saíam com objetivo de fundar novas aldeias levava consigo um pouco da chama do pritaneu para que assim a cidade a ser fundada fosse abençoada pelas graças da deusa. Era o símbolo de amizade e Xênia entre as cidades.

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