sexta-feira, 12 de dezembro de 2008

Mergulho para dentro


No exato momento em que sou indagado a cerca de quem sou me vejo lendo as “Lições de Abismo”, do Gustavo Corção, e no exato momento em que me defronto com as falas que, como eu, se perguntam quem será aquele soldado que vira a rua agora – será ele um homem-geral, ou haverá algo mais humano dentro dele, aquilo que lhe faz único nesse mundo? – me vejo caindo. Caio, caio e caio... mas um momento haverei de ter meu pouso.

Quando se vai sempre em frente, geralmente, não se chega muito longe, mas quando falamos de uma queda... quando falamos de que as coisas mudam. Por que caímos? Chego. Acaba-se a jornada rumo ao desconhecido futuro imediato. Não posso dizer que o medo toma conta de mim, é exagerado! Sei perfeitamente onde me encontro.

Existem devaneios tão fortes, tão sublimes que nos levam até dentro de nós mesmos, nos levam até uma solidão primeira, solidão esta que nos devolve os gostos e sabores da infância. Procuro por mim. Até que encontro. Sou eu ali refletido; é o passado somado ao presente. As descobertas não são novas, acredito, então que nem sejam descobertas. Aquilo que faz com que sejam descobertas é a mesma coisa que faz com que o cientista se sinta feliz em descobrir uma nova fórmula para solucionar seus problemas e o que ele acredita ser, os problemas do mundo. Descubro que sou assim: amante dos devaneios e essa é minha verdadeira história: Nasci em um dia em que tudo acontecia ao mesmo tempo: chovia, mas o sol estava lá; ventava, mas também estava seco... ou seja, o mundo estava em um eclipse de problemas, e eu feliz da vida por poder ter meus próprios sonhos.

Hoje contabilizo que devo ter sonhado umas dez mil vezes por dia, mas é bem verdade que foram mais... nunca tive problemas com problemas, quando eles me viam sempre havia uma estrela amiga disposta a conversar comigo. Sou humano, e amo a minha humanidade. Tenho três filhos: uma coruja, uma fênix e um dragão, sou um pai cuidadoso e amo meus filhos. Amo a muitos e, devo ser amado por poucos, mas sou amado. Procuro não nutrir rancores, verdade é que eles são bem chatos, quando começam anos importunar. Sou homem, mas já fiquei grávido de muitos sonhos e foi muito tê-los parido, confesso. Certo dia plantei uma mangueira e esta foi uma de minhas alegrias maiores. Às vezes sinto dor, mas sempre m curo com doses bem exageradas de sorridos. Sou feliz porque me disponho a amar. Converso com as estrelas, já dormi como semente e sou feliz por ser o que sou. Este foi meu mergulho. Um mergulho para dentro, mas não a história final.

Minha história é uma história sem fim, enquanto sem fim eu for. Alguns me chamarão de louco, criança ou qualquer coisa que pensem irá me irritar, mas enquanto assim for... não me incomoda, na verdade isto me deixa feliz. Mas a queda não acabou... os abismo continuam abertos e eu viajo...

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